Fer, lindas reflexões. A tirinha apertou meu coração também. Foi um momento de choque quando percebi que escrever não era mais um só um hobby nem podia ser. Não é ruim, como disse a tirinha, é só diferente. Depois vou te chamar pra conversar sobre isso. Mas você é uma autora incrível e se um dia publicar algo que não seja "o auge" isso não vai apagar as obras maravilhosas que já escreveu. A carreira é soma. Mas entendo o dilema de querer escrever certas coisas e se podar um pouco pelo modo como isso pode te impactar depois...
Gostei muito do texto! Essa, creio, seja uma pressão muito mais interna do que externa... apesar dos exemplos que você deu sobre a visão do outro sobre a produção literária de alguém.
O engraçado de escritores (pelo menos no meu caso) é como agem com relação ao que estão escrevendo: sempre empolgados com a obra sendo escrita e sem a mesma empolgação pela que deveria estar divulgando, porque ela já passou. Nós também temos essa vontade do próximo ser incrível. Quem sabe focar no que vem pela frente, e não no que passou, seja uma boa forma de tentar vislumbrar o auge no futuro, não no passado :)
Tem razão, é uma pressão que vem dos dois lados. Metade carreira e questões práticas, metade aquela feridinha incômoda no ego, uma rachadura na autoconfiança. Será que um dia passa? x)
Quando se fala em manifestação artística, acho que existem dois “auges”: o da obra e o auge existencial do artista em si. E geralmente eles não coincidem. Aliás, muitas vezes são diametralmente opostos. Jimi Hendrix, Amy Winehouse e tantos outros que o digam. O auge é uma das pontas, longe do cento de gravidade e achar um denominador comum entre esses dois talvez seja o “x” da questão.
Verdade... isso de denominador comum entre as duas coisas me fez pensar mais ainda na tirinha que compartilhei ao fim do texto. Lá vai o artista, always in between.
"There is a lag between your ocean calming down and you realizing it is not how it used to be."
Caramba, isso me pegou de jeito.
Obrigado por compartilhar essa reflexão, Fernanda. É algo que tem começado a me assombrar muito nos últimos tempos: o medo de já ter escrito o melhor texto. Por incrível que pareça, isso é algo que me assusta mais do que não conseguir vender os meus livros. Venda está ligado à trocentos fatores, mas a criação é uma parte nossa -- pelo menos o primeiro rascunho --, a parte que, na minha visão, faz toda a carreira na escrita ser tão empolgante. Saber que uma autora que admiro passa por conflitos parecidos traz um alívio no sentido de não eu não estar sozinho. Obrigado mesmo.
O que tem me deixado em paz com essas questões é pensar que cada livro é parte de uma jornada maior e me ater à jornada. No fim das contas, não tem control freak que dê jeito de prever qual será a reação dos leitores e do mercado de maneira geral ao que estamos escrevendo. Sem falar nas mudanças de maré ao longo dos anos. Livros que não estouram no lançamento e se tornam clássicos, livros que ficam populares no lançamento e depois caem no esquecimento, tem os livros que pagam as contas, tem os que concorrem a prêmios, às vezes as coisas se juntam, às vezes nenhum dos dois acontece, e tudo vai se somando, formando um quebra-cabeça maior. A gente pega na mão peça por peça e vai testando os encaixes, mas a verdade é que a gente não faz ideia da imagem do quebra-cabeça finalizado. Dá um frio na barriga, mas faz parte da graça de certa maneira. Se a gente tenta controlar demais acaba perdendo o prazer da coisa e se desconectando da nossa força criativa, daquele instante mágico em que as faíscas dentro da nossa cabeça sustentam um mundo inteiro.
Fer, lindas reflexões. A tirinha apertou meu coração também. Foi um momento de choque quando percebi que escrever não era mais um só um hobby nem podia ser. Não é ruim, como disse a tirinha, é só diferente. Depois vou te chamar pra conversar sobre isso. Mas você é uma autora incrível e se um dia publicar algo que não seja "o auge" isso não vai apagar as obras maravilhosas que já escreveu. A carreira é soma. Mas entendo o dilema de querer escrever certas coisas e se podar um pouco pelo modo como isso pode te impactar depois...
A senhora tinha que estar geograficamente mais próxima pra gente ter essas conversas ao vivo, hahaha. E essa tirinha me derruba toda vez!
Gostei muito do texto! Essa, creio, seja uma pressão muito mais interna do que externa... apesar dos exemplos que você deu sobre a visão do outro sobre a produção literária de alguém.
O engraçado de escritores (pelo menos no meu caso) é como agem com relação ao que estão escrevendo: sempre empolgados com a obra sendo escrita e sem a mesma empolgação pela que deveria estar divulgando, porque ela já passou. Nós também temos essa vontade do próximo ser incrível. Quem sabe focar no que vem pela frente, e não no que passou, seja uma boa forma de tentar vislumbrar o auge no futuro, não no passado :)
Tem razão, é uma pressão que vem dos dois lados. Metade carreira e questões práticas, metade aquela feridinha incômoda no ego, uma rachadura na autoconfiança. Será que um dia passa? x)
Acho que não, mas o que seria de nós sem a ansiedade? Hahahaha
Quando se fala em manifestação artística, acho que existem dois “auges”: o da obra e o auge existencial do artista em si. E geralmente eles não coincidem. Aliás, muitas vezes são diametralmente opostos. Jimi Hendrix, Amy Winehouse e tantos outros que o digam. O auge é uma das pontas, longe do cento de gravidade e achar um denominador comum entre esses dois talvez seja o “x” da questão.
Verdade... isso de denominador comum entre as duas coisas me fez pensar mais ainda na tirinha que compartilhei ao fim do texto. Lá vai o artista, always in between.
"There is a lag between your ocean calming down and you realizing it is not how it used to be."
Caramba, isso me pegou de jeito.
Obrigado por compartilhar essa reflexão, Fernanda. É algo que tem começado a me assombrar muito nos últimos tempos: o medo de já ter escrito o melhor texto. Por incrível que pareça, isso é algo que me assusta mais do que não conseguir vender os meus livros. Venda está ligado à trocentos fatores, mas a criação é uma parte nossa -- pelo menos o primeiro rascunho --, a parte que, na minha visão, faz toda a carreira na escrita ser tão empolgante. Saber que uma autora que admiro passa por conflitos parecidos traz um alívio no sentido de não eu não estar sozinho. Obrigado mesmo.
Que aprendamos a ser medíocres!
A gente é tudo pirado, né? Hahahaha
O bom é que a gente também não consegue parar de inventar histórias por muito tempo. E essa tirinha me bate de um jeito...
Gostei bastante do texto, Fernanda! Eu nem publiquei meu primeiro romance ainda e já me pego pensando nessas questões.
Acho que a gente nunca consegue se sentir 100% seguro na posição Artista, assim com A maiúsculo de Autoconfiança, né? A gente só aprende a lidar.
Amei a newsletter, fiquei pensando sobre as questões que você coloca. Obrigado por indicar a minha 🫶
eu que agradeço pelo teu texto!
Bela edição, Fer.
O que tem me deixado em paz com essas questões é pensar que cada livro é parte de uma jornada maior e me ater à jornada. No fim das contas, não tem control freak que dê jeito de prever qual será a reação dos leitores e do mercado de maneira geral ao que estamos escrevendo. Sem falar nas mudanças de maré ao longo dos anos. Livros que não estouram no lançamento e se tornam clássicos, livros que ficam populares no lançamento e depois caem no esquecimento, tem os livros que pagam as contas, tem os que concorrem a prêmios, às vezes as coisas se juntam, às vezes nenhum dos dois acontece, e tudo vai se somando, formando um quebra-cabeça maior. A gente pega na mão peça por peça e vai testando os encaixes, mas a verdade é que a gente não faz ideia da imagem do quebra-cabeça finalizado. Dá um frio na barriga, mas faz parte da graça de certa maneira. Se a gente tenta controlar demais acaba perdendo o prazer da coisa e se desconectando da nossa força criativa, daquele instante mágico em que as faíscas dentro da nossa cabeça sustentam um mundo inteiro.