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Esse texto bateu muito fundo em mim. Caramba. Tô no chão. Consegui me ver muito no que você escreveu. Também sou envolvida na causa animal e é muito, muito doído. Cada vitória mínima vem com muita peleja em meio a muitas histórias horríveis. Também me sensibilizo assim com a vida. Em 2021 parei com as redes sociais porque não aguentava mais, minha saúde mental foi embora. Também já tentei entender a Eliane Brum... Muitas vezes já quis não sentir. Ter outra personalidade, daquelas pessoas menos sensíveis, mais deslocadas da vida. Já chorei por causa de ovelha morta pedindo pelo amor de qualquer coisa que eu fosse uma pessoa que sentisse menos. Mas aí às vezes me vem, será que isso é vida, viver sem sentir? Porque o amor que a gente sente nos dói, mas também toma conta de nós de um jeito que às vezes é mesmo muito lindo e justifica a vida, nem que seja por um segundo.

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Podia ser eu mesma escrevendo esse comentário, Melissa, te entendo demais.

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Jul 9Liked by Fernanda Castro

Não é patético ter um coração bondoso nesse mundão destrutivo. É um ato de coragem.

Obrigado por esse texto, Fê. Muita luz pra ti!

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Eu que te agradeço a leitura e o comentário! :)

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Jul 8Liked by Fernanda Castro

A natureza é brutal às vezes. Mas só o ser humano pode ser cruel. Felizmente, também pode ser muito gentil, como é o seu caso.

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Obrigada, Christian <3

Isso de brutalidade vs crueldade é muito verdadeiro...

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fernanda, teu texto é pura sensibilidade e responsabilidade, coisas que nas violências da vida a maioria das pessoas vai desaprendendo, vai desistindo. é dureza mesmo. te ler me trouxe um grande alento e olha... to precisando forte.

grande abraço.

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um abraço apertado, sua linda, que tô precisando também <3

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Jul 7Liked by Fernanda Castro

Que texto potente! Me fez ir lá no fundo da alma pra pensar.

Nessa semana, fui para a granja da minha mãe onde, contra todas as reclamações e insistências que fiz para ela, continua lá um cachorro que ela disse que precisava para "cuidar da propriedade". Eu me pergunto o que o coitado poderia fazer preso numa espia de aço o tempo inteiro além de latir que nem um condenado. Tantas vezes falei sobre ele e quis trazer ele para a casa dela na cidade, onde tem pátio, mas ela vai se mudar para um apartamento e diz que aí o pobrezinho vai ficar sozinho na casa. Ela insiste que os arrendatários da granja cuidam do cachorro, mas cheguei lá e o bicho está magro como nunca, as costelas aparecendo. Coloquei um ultimato para ela, disse que ela encontra alguém pra cuidar dele de verdade, traz para casa ou eu denuncio os maus tratos.

Dessa história o que eu quero dizer é que fiquei pensando nessas pessoas que deveriam estar cuidando dele e simplesmente não dão a mínima. Pessoas que passam pelo bicho todos os dias, ouvem ele latir, veem ele sofrendo, com fome, com um balde de água suja e não se importam. Ele podia morrer bem na frente deles e só iam reclamar de ter de dar um fim para o corpo. É brutal pensar que tem gente que não ama as mesmas coisas que nós, que não dá valor para a vida... a gente ama as coisas frágeis e se importa com elas; essas pessoas pisam em cima da fragilidade e, pra ter certeza de que morreu, esfregam a sola.

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Fabio, resgata esse cachorro o mais rápido possível! Quanto mais tempo ele passar nessa situação, mais fácil é ter a saúde comprometida a curto e longo prazo, tadinho. :(

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Simm, eu tô trabalhando nisso! Fiquei extremamente chateado com a situação e quero agir. Pode ficar tranquila que, se depender de mim, ele não vai ficar lá sozinho, não! Meu pai, por sinal, também tá bem decidido a terminar com isso e vou contar com a ajuda dele pra dobrar a minha mãe - que não é das pessoas mais racionais que eu conheço hahahaha.

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:~

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'' Porque é bonito. Só dói porque é importante. '' mentally im here

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mentally nóis num tá bem não x)

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Não sei nem o que comentar, pois seu texto já falou tanto!

Cada vez mais percebo como a gente vive sem garantias. Hoje temos, amanhã podemos não ter. Hoje estamos vivos, amanhã podemos não estar. Esses dias, no meu trabalho, começou a andar por aí uma notícia de que o mundo vai acabar em 2026 (o texto falava sobre o equilíbrio entre população e recursos naturais). Rimos bastante, lembramos de outros anúncios de apocalipses. Mas uma das nossas colegas pontuou que, considerando a crise ambiental, é bem provável que estejamos chegando a um ponto sem retorno.

E sempre vem aquela angústia: o que nós, enquanto indivíduos, podemos fazer? Economizar água, reciclar, evitar consumo em excesso, etc. Mas, se as grandes empresas não pararem de poluir, o nosso esforço será pífio. Insignificante, como diz o seu texto.

Já estou saturada da positividade tóxica e das frases moticacionais, mas também não acho que o pessimismo seja a solução, então sigo fazendo aquilo que posso dentro das minhas limitações e da minha insignificância.

Seu texto é lindo!

Aproveitando, estou lendo Mariposa Vermelha e amando! Você escreveu o livro de fantasia que eu sempre quis ler! ❤️

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É bem isso, uma sensação de impotência, de só esperar pelo desastre. Ao mesmo tempo, viver refém dessa sensação não é justo. Então vamos levando do jeito que dá, com as fantasias que temos, celebrando as pequenas vitórias.

(Feliz que você tá curtindo Mariposa!)

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Jul 6Liked by Fernanda Castro

Uma amiga me disse que Cartola escreveu "O mundo é um moinho" para a filha dele. São conselhos duros sobre a vida. Acho que, às vezes, quem é pai e mãe faz como Cartola, falando sobre a dureza da vida para alertar os filhos, como se assim, mostrando as pedras, pudessem evitar que tropeçassem. Mas, concordo com você, não temos controle sobre a vida, e apontar as pedras pode apenas fazer nosso olhar baixar cada vez. Então, prefiro levantar meu olhar para uma La vie en rose, e apontar para meus filhos um ipê florido, os cachorrinhos a passear na rua, a lua como está tão tão tão brilhante hoje. Não é?

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Acho que é um equilíbrio muito difícil mesmo, isso de preparar os filhos para a realidade mas não deixar que eles sejam esmagados por ela... A vida sem deslumbramento é muito vazia.

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eu nem lembro como cheguei até aqui (obrigada mundinho das newsletters), mas terminei de ler com vontade de juntar eu, você, Gary e os bebês e dar uma festinha -- nem que seja por uns minutos, nem que acabe, nem que depois a gente perca. que texto bonito, fernanda, obrigada!

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